Na infância, o perfil hormonal de meninos e meninas são muito semelhantes. Nessa fase da vida, essa característica determina a ambos os mesmos riscos de ganho de peso. Sãos os hábitos familiares, a genética, o nível de atividade física, as doenças crônicas e as preferências individuais os grandes determinantes do ganho de peso. Não há nenhuma influência hormonal fisiológica capaz de se traduzir em maior tendência à obesidade.
Mas é uma questão de tempo, pois com a chegada da puberdade, as demandas exercidas pelo estirão de crescimento e as nuances dos diferentes hormônios começam a delinear as maiores dificuldades das meninas em manter as expectativas de peso ideal. Os hormônios sexuais masculinos e femininos têm efeitos opostos em relação ao peso corporal. Nos meninos, a testosterona produz um aumento progressivo de massa muscular, desenhando e definindo um corpo masculino sempre mais magro. Nas meninas, o estrogênio privilegia o depósito de gorduras em coxas e quadris, emoldurando as formas femininas e deixando a impressão de que elas estão ganhando peso além da conta.
A partir de então, se estabelece nas meninas um perfil hormonal de ciclicidade, propiciando grandes oscilações dos hormônios ovarianos ao longo do mês. Na primeira quinzena há elevação progressiva do estrogênio, determinando a ovulação no meio do mês. A segunda quinzena é caracterizada pela ação da progesterona, um hormônio que retém líquidos, embebe os tecidos e prepara o útero para uma possível gestação ou para a menstruação. Essas oscilações hormonais podem até causar pequenos acréscimos no peso, principalmente pela retenção de água causada pela progesterona. Felizmente, essa fase é passageira e a eliminação do excesso de líquidos ocorre imediata e naturalmente com a menstruação.
Ao final das duas fases, e, antes do período menstrual, estrogênio e progesterona sofrem uma queda abrupta, o que coincide com a ocorrência de sintomas de ansiedade, melancolia e irritabilidade, a famosa tensão pré menstrual ou TPM como é conhecida. Esse verdadeiro tobogã de hormônios ocorre em todas as mulheres, mas parece que algumas delas são mais susceptíveis aos aparentes efeitos da privação hormonal, com aumento da fome e da necessidade de ingestão de doces e chocolates nessa fase. Dependendo da intensidade dos sintomas e da duração da TPM, manter um peso ideal é praticamente impossível.
Na vida adulta, com o passar do tempo, as mulheres conseguem, aos poucos, equilibrar suas ondas hormonais. Mas outro fato importante provoca outra explosão hormonal: a gestação. Agora, elas têm que se adaptar aos hormônios placentários, que se elevam astronomicamente, preparando-lhes o corpo para receber e alimentar o bebê. Ganham peso, retêm um volume muito maior de água corporal, útero e mamas se avolumam, assim como coxas e principalmente quadris. Seu coração recebe um volume sanguíneo muito maior, sua tireóide cresce para atender à demanda do estado interessante. Seus rins filtram muito mais urina e todo o seu organismo se mobiliza para as demandas do parto e da amamentação. Assim, as gestações parecem ser o fator biológico mais importante da determinação do ganho de peso feminino. Eu posso não concordar, e não concordo, tenho amigas que ao final da 2ª gestação as 2 num período de 3 anos, 48 horas depois do parto NORMAL, estavam com o mesmo corpo de MISS e que Miss da hora em que engravidaram, e não me venham com histórias que vai de pessoa para pessoa, não não vai. Hoje isso é possível. Vai de fazer ou não fazer o que deve ser feito.
E o tempo passa... E os filhos crescem, mas o organismo feminino ainda tem pela frente seu maior desafio: o climatério. Nele, as mulheres passam pelo fenômeno reverso da explosão hormonal da puberdade. Os ovários vão perdendo a capacidade de produzir hormônios, felizmente, bem devagar, e elas vão aprendendo a viver sem os efeitos de seus hormônios. Então, descobrem que, tanto na puberdade, quanto na menopausa, elas são mais susceptíveis a ganhar peso. A diferença é que nessa fase da vida, a privação hormonal não leva diretamente ao ganho de peso, mas decididamente leva a um novo comportamento alimentar, influenciado por sintomas de melancolia, ansiedade e depressão.
A mulher, aos poucos, vai aprendendo a lidar com cada fase hormonal da vida. A primeira impressão é que algo novo está sempre acontecendo em seu corpo. Em todo este percurso, a constatação é sempre a mesma: elas são mais vulneráveis ao ganho de peso.
Por isto, é importante ensinar à menina a noção de que a ditadura dos corpos magros, imposta pelos que ditam a moda e os costumes, precisa mudar. Para o bem de todas as outras que virão depois dela: a adolescente, a mulher, a mãe, a avó...
Na verdade tudo se resume a uma equação muito mais simples do que parece: Ingere mais calorias do queima, ENGORDA, queima mais calorias do que ingere, EMAGRECE. O segredo está na ingestão baixa de calorias porém com todos os nutrientes essenciais. O resto é BALELA.
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