Conheça as principais respostas sobre probióticos , descubra em quais alimentos encontra-los e melhore a sua saúde com as "bactérias do bem"
1. O que são probióticos?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), probióticos são micro-organismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde. Para receber essa classificação, o micro-organismo precisa chegar ativo no intestino e estar em quantidades suficientes na forma de células vivas no alimento até o prazo final de validade.
2. Em que tipo de alimentos eles estão presentes?
Os principais produtos alimentícios comercializados no mundo contendo culturas probióticas são leites fermentados, iogurtes e até queijos. Porém, vale destacar que nem todos os produtos lácteos contêm probióticos. Para tirar qualquer dúvida, é recomendável sempre ler os rótulos dos produtos e identificar se eles possuem bifidobactérias ou lactobacilos, os tipos mais comuns de probióticos encontrados nos alimentos.
3. Nós já possuímos micro-organismos em nosso intestino: então, qual a importância de ingeri-los por meio de nossa alimentação?
O intestino contém bactérias consideradas benéficas, bactérias prejudiciais à saúde e bactérias que não produzem impactos negativos ou positivos ao organismo. Elas habitam o intestino, fazendo parte da flora intestinal, que, no humano adulto, é composta por mais de 500 espécies de micro-organismos.
Esses micro-organismos já presentes em nosso intestino são extremamente adaptáveis e devem viver em equilíbrio. Entretanto, quando ocorre um desequilíbrio, devido à má alimentação, fatores emocionais ou ingestão de antibióticos, por exemplo, podem ocorrer modificações na composição da flora, tornando o organismo mais vulnerável. A ingestão de probióticos por meio dos alimentos ajuda a equilibrar a flora intestinal, estimulando a proliferação das bactérias benéficas em detrimento das bactérias potencialmente prejudiciais. Estudos mostram que probióticos do tipo bifidobactérias podem ter efeitos benéficos no trânsito intestinal e os do tipo lactobacilos podem ajudar a modular as defesas do organismo.
4. Porque eles conseguem passar pelo processo digestivo e permanecerem vivos em nosso intestino?
Uma das premissas que caracterizam os probióticos é a capacidade de chegar vivo ao intestino. Estudos científicos comprovam que os probióticos sobrevivem à passagem pelo trato gastrintestinal quando ingeridos em leite fermentado. Vários fatores podem contribuir para essa sobrevivência, incluindo a resistência da bactéria ao baixo pH gástrico e à ação dos ácidos gástricos e sais biliares. A matriz láctea é a preferencial como veículo de probióticos, por causa de suas características: como substrato, pH favorável, e por ser de fácil inserção na dieta para que seu consumo seja frequente.
5. Que benefícios podem trazer para a saúde de quem consome?
Os benefícios dependem da quantidade de micro-organismos ingerida, da frequência de ingestão (que deve ser regular) e do tipo de micro-organismo, já que cada cepa (família) dentro de cada espécie de bactéria caracteriza uma ação específica no organismo e diferencia completamente o benefício que ela pode proporcionar. Além da melhoria dos hábitos alimentares e estilo de vida, existem evidências de que o consumo de probióticos do tipo bifidobactérias pode ajudar no intestino preguiçoso, regulando o tempo de trânsito intestinal e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos. Estudos também apontam que os probióticos do tipo lactobacilos ajudam a equilibrar a flora intestinal (parte fundamental das defesas do organismo), podendo contribuir para uma modulação da resposta imunológica.
6. Qual é a frequência e a quantidade ideal que devemos ingerir de alimentos probióticos?
Alimentos contendo probióticos devem fazer parte de uma dieta saudável e balanceada como qualquer outro alimento. Para garantir um efeito contínuo, os probióticos devem ser ingeridos regularmente. Estudos científicos demonstraram que para serem de importância fisiológica para o consumidor, os probióticos devem ser consumidos em concentração superior a 108 (elevada à oitava potência) UFC/g (unidades formadoras de colônia/gramas).
Consultoria: Jorge Carvalho Guedes, gastroenterologista da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
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