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A
 questão central é a preocupação com a saúde. Tentamos seguir 
orientações que surgem por todos os lados. São centenas de revistas, 
programas de rádio e TV, livros e internet. Todos voltados aos grandes 
temas de saúde. Será que todas essas informações agregam conhecimento e 
promovem mudanças no estilo de vida das pessoas? "Parece que não, pois 
os índices alarmantes de obesidade vêm crescendo progressivamente, mesmo
 com acesso a tantas informações", observa a endocrinologista Ellen 
Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia 
Nutricional, em São Paulo. 
Contradições da vida moderna são 
observadas a todo momento e incorporam dúvidas e dificultam o 
conhecimento exato dos fatores relacionados à saúde e ao peso ideal. Na 
maioria das vezes, não nos damos conta das contradições e caímos em 
armadilhas que nos levam a adotar um comportamento diametralmente oposto
 àquele que realmente buscamos. "Quer ver?", provoca a médica. 
"A
 ansiedade por conhecimento fácil e acessível fez proliferar um grande 
número de revistas voltadas à saúde e ao controle do peso. Apesar de 
algumas delas veicularem textos com informações corretas, o leitor, 
muitas vezes, é influenciado por publicidade de alimentos pouco 
saudáveis, inseridos em suas páginas e confundidos com o assunto 
veiculado. Outra contradição comum a essas revistas é encontrarmos numa 
página dietas muito restritivas, que prometem emagrecimento rápido e na 
outra, uma matéria ensinando o preparo de uma autêntica feijoada 
brasileira", diz Ellen Paiva. 
Em meio a um dos maiores eventos 
esportivos do mundo, a Copa do Mundo, o Fundo Mundial para a Pesquisa do
 Câncer (WCRF) chamou de "gol contra" da FIFA o fato de a entidade ter 
fechado acordos de patrocínio com empresas que vendem produtos não 
saudáveis, como Coca-Cola, McDonald's e Budweiser.  
A crítica vem
 acompanhada de preocupação pelas evidências que mostram que a 
publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis, particularmente na TV,
 pode ser uma causa da obesidade infantil. Segundo o comunicado 
distribuído à imprensa britânica, "o WCRF acha que o torneio deveria ser
 uma oportunidade de promoção de um estilo de vida ativo e saudável, 
principalmente entre as crianças. Ter estas empresas como patrocinadoras
 ou 'sócias' da Copa do Mundo significa que milhões de crianças estarão 
expostas a campanhas publicitárias de alimentos e bebidas não 
saudáveis", defende a entidade. 
Outra dicotomia do mundo moderno... 
Uma
 característica marcante da jovem mulher moderna é o fato de que ela não
 sabe cozinhar. "Não tem tempo" e dribla as inúmeras demandas 
profissionais... Contraditoriamente, a TV exibe, na maioria de seus 
canais, programas que veiculam e ensinam o preparo de alimentos 
altamente saborosos e calóricos, em preparações muito elaboradas para um
 público que nunca usou uma panela de pressão e conhece todos os 
deliveries. "Com tamanha carência de informações básicas, é realmente 
contraditório o exagero de informações complexas sobre culinária", 
observa Ellen Paiva. 
As contradições estão também presentes nas 
políticas públicas de Nutrição. Podemos entendê-las ao observarmos que 
os alimentos saudáveis e menos calóricos são muito mais caros do que 
seus equivalentes tradicionais. "Todo e qualquer aumento excessivo no 
teor de açúcar e gordura dos alimentos deveria ser tributado e não o 
contrário, como ocorre na indústria de alimentos. Hoje, um litro de 
leite desnatado é muito mais caro do que um litro de leite integral. 
Chega a ser ínfimo o preço de um pacote de bolachas recheadas em relação
 ao preço do pão integral", alerta a médica.  
Até mesmo as 
festividades tradicionais da cultura dos povos não escapam das 
contradições da cultura moderna, inclusive as religiosas... "O que temos
 observado é que essas ocasiões de congraçamento e religiosidade cederam
 lugar para atividades puramente gastronômicas, empobrecendo as 
tradições e elevando as cifras de sobrepeso e obesidade", alega a 
endocrinologista Ellen Paiva. 
"Assim, num mundo globalizado e 
complexo, o reconhecimento de situações contraditórias, como as que 
citamos, poderia melhorar nossas opções diárias, dando suporte para um 
real questionamento de atitudes reconhecidamente impróprias e 
prejudiciais aos indivíduos e às sociedades de uma maneira geral", 
destaca a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro
 Integrado de Terapia Nutricional, em São Paulo. 
Sua participação 
E
 você? Também se sente perdido em meio a tantas informações sobre saúde,
 boa forma e beleza presentes em revistas, jornais e na internet? E como
 explicar que os patrocinadores da Copa do Mundo - Coca-Cola, McDonald's
 e Budweiser - também são apoiadores da grande cruzada contra a 
obesidade liderada por Michelle Obama? Na época em que a primeira-dama 
lançou sua campanha contra a obesidade, o próprio presidente da FIFA, 
Sepp Blatter, apoiou a iniciativa, dizendo em comunicado que "o esporte 
em geral e o futebol em particular podem ajudar a combater este 
problema". Como buscar informações relevantes e que realmente contribuam
 com a sua saúde e a da sua família? | 
NÃO VEMOS AS COISAS COMO ELAS SÃO - VEMOS AS COISAS COMO NÓS SOMOS. Alcançar a FELICIDADE requer a superação dessas limitações sem transgredir os próprios valores e posicionamentos
quinta-feira, 31 de março de 2011
Contradições da vida moderna: nossas opções dependem de informação
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