O AUTO-EXAME DEVE SER FEITO A PARTIR DOS 18 ANOS.... DESCULPE A COLOCAÇÃO, MAS "TEM, CUIDE DELAS"
O número de casos de câncer de mama está aumentando?
No Brasil, sim. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os dados mostram um crescimento de 36.090, em 2002, para 49.470, em 2005. No entanto, se tivermos como base as estatísticas dos Estados Unidos, vemos que a incidência em 2003 caiu 6,7% em relação a 2002. Essa queda é relacionada ao abandono da reposição hormonal entre as mulheres na menopausa. A contribuição de outros itens, como o rastreamento mamográfico, os fatores reprodutivos, os problemas ambientais e a dieta, não foi excluída, mas parece ser menos provável.
Quais os fatores de risco mais comuns?
As mulheres brancas sofrem mais com esse tipo de câncer, enquanto a incidência é menor nas asiáticas. Mutações genéticas, mãe ou irmã com o problema, idade superior a 50 anos, primeira gestação acima de 30 anos, primeira menstruação antes dos 12 anos, última menstruação após os 55 anos, uso de hormônios e mamas densas são os principais fatores de risco.
A obesidade pode ser considerada um perigo a mais?
Sim, as mulheres com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, que são as consideradas obesas, correm um risco maior.
A detecção do problema em pessoas acima do peso é mais difícil?
Essa dificuldade está mais relacionada ao tipo de mama do que ao fato de a mulher estar com alguns quilos em excesso. O volume das mamas não interfere, mas a qualidade do tecido que as constitui, sim. O risco é maior nas do tipo glandular denso.
Uma pancada no seio ou um trauma pode causar câncer?
O fato não é considerado como causa da doença. O que acontece é que, muitas vezes, a mulher ao descobrir o câncer procura relacioná-lo com o episódio. Ou, ainda, após o trauma a paciente faz uma avaliação mais cuidadosa das mamas e acaba encontrando a lesão.
A amamentação funciona como prevenção?
Sim, desde que a mulher tenha amamentado por um longo período, mais de 16 meses.
Os cistos, nódulos ou caroços na mama sempre apontam para um diagnóstico ruim?
Nem sempre. O diagnóstico é dado pelo patologista e o câncer de mama pode estar presente tanto em lesões císticas, menos freqüente, quanto em lesões sólidas, como nódulos e caroços, mais comum.
A reposição hormonal é realmente perigosa?
No meu entender, ela só deve ser prescrita para as mulheres que apresentam sintomas capazes de interferir na sua qualidade de vida e que regridam com a medicação. Como ela aumenta o risco para o câncer e para problemas cardiovasculares, não deve ser prescrita a todas as mulheres.
A mamografia é um exame efetivo na detecção desse mal?
Apesar de ser o exame mais indicado para diagnosticar o problema, ela não é 100% eficaz e pode falhar em 10% a 15% dos casos.
De quanto em quanto tempo deve-se fazer exames? E a partir de que idade?
Recomenda-se mamografia anual para as mulheres sem sintomas e sem fator de risco a partir de 40 anos. Para aquelas com fator de risco, a partir dos 35 anos. O Ministério da Saúde recomenda a realização de exame clínico anual depois dos 40 anos e de mamografia entre os 50 e 69 anos, com intervalos de dois anos para mulheres assintomáticas. Não deixe de cumprir esses calendários.
Se não existem casos de câncer de mama na família, a chance de ter a doença diminui?
Infelizmente, não. A possibilidade de uma mulher que não tem antecedente familiar ter a doença é igual a da população em geral. Todas precisam ficar atentas.
O que é possível fazer para prevenir esse mal?
Evitar ou diminuir o uso de hormônios, ter filhos antes dos 20 anos, amamentar por um longo período, evitar ganho de peso e manter o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 e 25, limitar o uso de álcool, ter atividade física regular.
A partir de que idade o auto-exame deve ser feito?
Ele deve ser realizado por todas as mulheres a partir dos 18 anos.
Os implantes de silicone podem provocar ou, ainda, interferir no diagnóstico?
Eles não são considerados indutores de câncer. Eles podem dificultar, porém não impedem o diagnóstico de alterações.
Quais são os melhores tratamentos?
Não há uma terapia melhor do que a outra. O que deve ser discutido é o tratamento sob múltiplos parâmetros, que devem ser avaliados para se obter um bom resultado.
A retirada de toda a mama é a opção mais segura para eliminar a doença?
Depende de cada problema. A retirada de somente uma parte da mama para alguns casos é tão boa quanto a remoção de toda a glândula mamária para outros.
"Mulheres com Índice de Massa Corporal acima de 30 (obesas) correm mais risco de contrair esse mal. Por isso, deve-se evitar ganho de peso e manter atividade física regular"
3 passos que podem salvar sua vida | |||
| |||
Nenhum comentário:
Postar um comentário