sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Diabetes alastra-se entre os mais jovens


A glicose está para o nosso organismo assim como o combustível está para um automóvel. Ela é responsável por distribuir energia aos órgãos do corpo e fazê-los funcionar a todo vapor. Mas, para chegar aos lugares adequados, o açúcar precisa ser "empurrado" por um hormônio produzido no pâncreas, a insulina. A falta desse poderoso transmissor é a causa do diabetes.Trata-se de um mal que acomete mais de 170 milhões de pessoas no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).A doença pode se manifestar em duas versões. 

O diabetes tipo 1, mais comum na idade infantil e na adolescência, está ligado a uma auto-imunização do organismo às células beta do pâncreas. "O corpo entra em pane e começa a destruir essas células, logo a insulina deixa de existir", explica a endocrinologista Maria Helena Senger, diretora da Faculdade de Medicina da PUC, de São Paulo.

No diabetes tipo 2, o organismo produz, mas tem dificuldade em processar a insulina. Assim, as células não conseguem metabolizar de forma suficiente a glicose da corrente sangüínea. Cerca de 8 vezes mais comum que o tipo 1, esse mal, que afetava principalmente pessoas acima dos 40 anos, já se alastra para faixa-etárias mais baixas. A culpada? Ao que tudo indica, a obesidade: estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos (saiba como atingir o peso ideal). 

A explicação da estimativa é que os gordinhos têm as células mais resistentes, então a insulina teria que fazer um esforço extra para empurrrar a glicose até o sangue. "O ganho de peso é um mal que afeta a população mundial, isso explica a incidência das doença cada vez maior nos jovens e adolescentes", avisa Maria Helena.

Entre outros fatores que desencadeiam o diabetes está o aspecto congênito, embora o tipo 2 possua um fator hereditário maior que no tipo 1. Além da obesidade, o sedentarismo é outro componente ativador (encontre a atividade física certa). Uma doença grave do pâncreas, como infecção ou inflamação aguda, câncer ou até mesmo um cisto, também pode provocar o mal. Na gravidez, o aumento de peso e as oscilações hormonais podem alterar as taxas de açúcar no sangue e ocasionar o diabetes gestacional a desequilíbrio que, muitas vezes, desaparece depois do parto se a mãe mantiver uma alimentação adequada (cardápio para uma gravidez tranqüila). Ou Tudo pronto

Fique esperto para os sintomas
Os dois diabetes geralmente apresentam alguns sinais comuns, como perda de peso, aumento da sede, fome exagerada sem explicação e vontade de urinar acima do seu padrão habitual.

"A diferença está na intensidade que esses sintomas se manifestam. No tipo 1, eles aparecem abruptamente, enquanto no 2, aparecem de forma lenta e, às vezes, vão e voltam", diz a diretora da PUC-SP. 

Outros alertas para o diagnóstico são visão embaçada; infecções repetidas na pele ou nas mucosas; machucados que demoram a cicatrizar (fique atento aos sinais da sua pele); fadiga (cansaço inexplicável) e dores nas pernas por causa da má circulação.

Combate começa pelos hábitos
Quanto antes a doença for diagnosticada, mais rápido será seu tratamento e menor a incidência de complicações crônicas. Sim, o diabetes pode causar uma baderna geral no seu corpo.

Isso, é claro, se os níveis de açúcar no sangue não forem controlados. A longo prazo, o organismo pode desencadear um leque de males que vão de problemas circulatórios e cardiovasculares, infecções, alterações na visão, falência dos rins e, nos casos mais graves, pode levar até a morte. 

O tratamento do diabetes tipo 1, na maioria dos casos, consiste na aplicação diária de insulina, uma vez que o organismo não produz mais o hormônio. "A quantidade de insulina necessária dependerá do nível glicêmico", explica a endocrinologista Maria Helena. O diabetes tipo 2 também exigirá medicamentos que estimulem a produção de insulina e o façam funcionar melhor.

Outro cuidado é fundamental: a mudança do estilo de vida. Atividades físicas e uma dieta equilibrada são consideradas as duas grandes armas para controlar a doença e afastar os riscos em paciente predispostos. "Ter uma alimentação saudável e praticar exercícios é tão importante quanto os medicamentos", avalia Maria Helena Senger. Estudos demonstram que 30 minutos de exercícios por dia e uma perda de peso entre 5% e 8% do total podem diminuir em 58% as chances de um pré-diabético - aqueles que têm dosagem de açúcar a partir de 110 mg/dl - tornar-se mais um portador da doença (mude seu estilo de vida). 

Veja abaixo, quais são as dicas da Sociedade Brasileira de Diabetes para fazer da alimentação uma aliada na prevenção do diabetes: 

1. Consuma alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras, para auxiliar o funcionamento do sistema digestivo. A casca de frutas, como figo, pêssego e maçã, também é cheia de fibras (ótimas fontes de fibra).

2. Procure diminuir a quantidade de gorduras (óleo e manteiga) e de carboidratos (massas e doces), dando preferência a alimentos grelhados e cozidos. 

3. Evite comer comidas fast food, dê preferência aos alimentos de preparação caseira. 

4. Procure reduzir a quantidade total de alimentos de cada refeição. Faça mais refeições ao longo do dia, assim estará ingerindo menos calorias de cada vez. Este procedimento permitirá uma digestão mais fácil e um menor apetite nas refeições maiores. 

5. Utilize leite e derivados (iogurte, queijos) desnatados ou light e prefira as carnes magras. Assim, você estará prevenindo o aumento do colesterol, além de controlar o peso. As leguminosas devem fazer parte do cardápio, pois contêm proteínas, ferro e fibras.

6. No supermercado, cuide para escolher bem os produtos. Levando alimentos saudáveis para casa, já estará dando um grande passo para não fugir da dieta (entenda os rótulos dos produtos). 

7. Dê preferência aos temperos naturais, pois os industrializados contêm grande quantidade de sal. 

8. Os óleos mais saudáveis são os vegetais, de canola, girassol, milho ou soja. Mas evite frituras. 

9. Se for comer uma sobremesa diet ou light, fique apenas com uma porção. Comer o dobro pode significar o mesmo que um doce supercalórico (diet ou light?). 

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