Sim este estado provoca ansiedade na Criança e preocupação em Pais conscientes, conscientes.
SITUAÇÃO FAMILIAR: Marta tem 8 anos e tem uma irmã, Lourdes, de 6 anos. Até há alguns meses era uma menina alegre e tranquila, ainda que sempre tenha sido um tanto tímida. Ultimamente, seus pais notaram que ela mudou. Toda sua antiga energia e alegria evaporou-se. Parece triste e mostra grande resistência para empreender qualquer atividade nova. Custa-lhe muito dormir e quando o consegue tem frequente pesadelos. Chora com frequência, principalmente, sem um motivo aparente.
Converteu-se em uma menina solitária que evita suas antigas amigas e resiste a conquistar novas amizades. Tornou-se uma criança mal-humorada e irritada, ainda que ela insista em que não tem nada.
Seus pais, Fernando e Carmem, não entendem muito bem o que é que está acontecendo. Faz seis meses que se mudaram de cidade, pelo trabalho do Fernando, e consequentemente de colégio. Certamente, não entenderam que isto pudesse afetar tanto a filha. De fato, o resto da família adaptou-se muito bem: estão agora em uma cidade menor, possuem uma casa muito mais bonita, em um bairro com belos jardins onde há muitas crianças da idade de suas filhas.
Mas para Marta não lhe interessa descer para jogar. Frequentemente diz que lhe dói a cabeça e prefere ficar em casa lendo.
O colégio é também muito melhor em relação ao que frequentava antes. Cuidam mais da formação das meninas e a cada uma lhes destaca uma preceptora que colabora com os pais na educação das meninas. Mércia, a preceptora de Marta, disse que ela é uma menina muito dócil e inteligente, ainda que frequentemente fique distraída cometa erros absurdos por ser muito impulsiva. Também tiveram problemas de adaptação: custa-lhe relacionar-se com suas companheiras e, em várias ocasiões, estas mexem com ela porque usa óculos.
Nos primeiros meses faltou com frequência ao colégio pois teve muitas dores de barriga e vômitos. Seus pais, assustados, a levaram ao médico, que lhes disse que estas dores são consequência do “nervosismo”. Mas nervoso de que?, se perguntavam seus pais.
Carmem, sua mãe, é também muito nervosa e perfeccionista em excesso: gosta que tudo esteja perfeito e é muito exigente: com as notas, e cm tudo o mais. Entretanto é tremendamente sociável e já tem um montão de amigas em sua nova cidade. O que dificulta por parte desta a dificuldade de adaptação da filha.
Em casa, Marta também está insuportável: Chega do colégio de mau humor. Se aborrece por qualquer coisa e chora com frequência sem motivo aparente. Seus pais se perguntam se não será pela idade e esperam que com o tempo volte a ser a menina que era antes.
O que é a ansiedade e como se produz?
A ansiedade é uma resposta natural do organismo que lhe prepara para reagir (lutar ou fugir) ante um perigo real ou imaginário. É uma espécie de radar que foi muito útil à humanidade em um passado perigoso.
Sem preocupações ou sem medos não poderíamos evitar as coisas potencialmente prejudiciais com as quais nos encontramos cada dia.
Se trata, portanto, de uma resposta adaptativa do organismo que nos prepara para enfrentar uma situação de perigo: o coração bate mais depressa para contribuir maior quantidade de oxigênio, os músculos ficam tensos.
Todas estas atividades se desencadeiam como consequências da ativação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). Se trata de um sistema nervoso independente cuja atividade não está submetida ao controle direto do cérebro (pelo que se denomina autônomo).
Por isso, quando o SNA se ativa, estaremos nervosos, mesmo quando nosso “cérebro pensante” nos diz que não existe perigo real e que nosso medo é irracional.
Hoje em dia, raramente a sobrevivência nos exige fugir ou lutar. Entretanto, nosso sistema nervoso continua respondendo aos sinais de perigo e pode ativar-se ante situações que não coloquem em perigo nossa sobrevivência física, mas nosso bem estar emocional ou intelectual.
Por exemplo, o SNA de uma criança pode ativar-se quando lhe perguntam na classe, quando lhe critica um professor, quando outras crianças zombam dela.
A ANSIEDADE NÃO É UMA DOENÇA, MAS UMA REAÇÃO NATURAL DO ORGANISMO QUE OCORRE DE FORMA INADEQUADA
Frequentemente, esta resposta se desencadeia de forma inadequada ante situações ou estímulos que não supõem nenhum risco real para a pessoa, ou melhor aparece ante situações apropriadas mas de forma excessiva: por exemplo, quase todas as pessoas experimentam um certo nervosismo ante os exames mas, se este é excessivo, falaremos de ansiedade.
Como identificar se meu filho tem um problema de ansiedade?
Nem sempre é fácil identificar se uma criança tem um problema de ansiedade.
A ANSIEDADE PODE APRESENTAR-SE COM FREQUÊNCIA DE FORMA DISFARÇADA
Entre os muitos aspectos que a ansiedade pode adotar estão o mau humor, a irritabilidade, o comportamento agressivo, o fracasso escolar, a obstinação, a rebeldia.
Frequentemente, as crianças ansiosas são etiquetadas como “preguiçosas” ou “estúpidas”. Assim, uma criança, cujos primeiros dias de colégio estão marcados pela ansiedade, parecerá menos ágil, capacitado ou competente que seus companheiros, já que a ansiedade excessiva tem um efeito negativo sobre o rendimento. É, pois provável que seus professores o “etiquetem” como torpe ou pouco brilhante. Uma vez que ocorre isto, se requer uma enorme quantidade de provas em sentido contrário para que os professores mudem de opinião sobre a criança.
Também pode manifestar-se sob a forma de sintomas físicos como dores de barriga, vômitos, dor de cabeça, ou ser interpretado como consequência de outros conflitos como ciúmes, mau caráter, agressividade ... Todas estas manifestações são formas através das quais a criança se defende da ansiedade.
Por exemplo, se seu filho tem medo do professor de matemática, é possível que sofra vômitos ou dores de barriga cada vez que tem aula com ele.
Se estas artimanhas não lhe servem, é provável que evite mentalmente a situação, fantasiando durante a aula, com o qual seu rendimento será cada vez menor, ou melhor que quando tiver que fazer um exame responda com muita rapidez para evitar o mais cedo possível a situação (o que certamente lhe levará a cometer muitos erros absurdos).
Responda ao questionário abaixo que ajudará a descobrir se a ansiedade de seu filho (a) é excessiva.
1 – Dorme mal (custa para dormir ou acorda com frequência durante à noite).
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
2 – Tem pouco apetite.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
3 – Se aborrece muito pelas contrariedades.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
4 – Chora sem nenhum motivo aparente.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
5 – Padece de muitas doenças benignas (resfriados, dores de barriga ...)
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
6 – Está arisco e mal-humorado
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
7 –Resiste a tentar novos objetivos:
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
8 – Sua conduta é conflitiva em casa ou no colégio.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
9 – Baixou em seu rendimento na sala de aula sem razão aparente.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
10 – Começou a fazer xixi na cama uma e outra vez.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
11 – Se cansa com facilidade.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
12 – Tem medo quando tenta realizar algo novo.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
13 – Se mostra muito sensível às críticas justificadas.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
14 – É tímido em relação aos demais.
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
15 – Gosta de estar com os amigos ou familiares:
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
16 – Tem dificuldades para fazer amigos
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
17 – Pede que lhe desculpem para ausentar-se na classe determinados dias:
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
18 – Tem pesadelos
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
19 – Não gosta das mudanças em sua rotina:
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
20 – Lhe custa levantar-se por sua conta:
a. De vez enquando b. Às vezes c. Sempre
PONTUAÇÃO: Anotar 5 pontos para cada resposta c, 2 para cada resposta b, e 0 para cada resposta a. Se a pontuação ficou acima de 25 pontos, sugere-se que continue lendo este texto.
Oi Maizona, oi Paizão, quarta feira vamos entender como se manifesta a ansiedade. Prevenir é sempre melhor que remediar - BJKS
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