Países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, devem adotar o mais rápido possível medidas para impedir o aumento da obesidade entre a população, antes que atinjam os níveis registrados em países ricos.
O alerta foi feito por um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado na revista britânica especializada The Lancet.
Segundo a pesquisa, metade dos brasileiros está acima do peso; a obesidade triplicou entre os homens e quase dobrou entre as mulheres, no período que vai de 1975 a 2003.
O estudo analisou a situação em seis países em desenvolvimento (Brasil, África do Sul, China, Índia, México e Rússia) e apontou má alimentação e falta de exercícios físicos como os principais fatores que levaram esses países a registrar um forte aumento no número de obesos.
Segundo a organização, regras mais duras para a publicidade de alimentos, campanhas massivas para promover atividades físicas e maior taxação do álcool e do tabaco são algumas das medidas que ajudariam a reduzir o problema - e a prevenir o aparecimento de doenças crônicas ligadas à obesidade.
O estudo garante que, para colocar essas medidas em prática, o Brasil gastaria US$ 2,89 per capita a cada ano.
O investimento em prevenção seria pago pela queda nas despesas com tratamentos de doenças ligadas à obesidade, como o diabetes, o câncer e problemas cardiovasculares. Segundo os autores, essas medidas poderiam ser rentáveis dentro de 15 anos.
Entre os países analisados, o México tem a pior situação. Sete em cada dez mexicanos estão acima do peso ou obesos.
China e Índia, apesar de terem, respectivamente, cerca de 15% e 30% de sua população acima do peso ideal, registram uma forte progressão no número de obesos.
O estudo da OCDE também alerta para o perigo da obesidade entre as crianças.
A organização afirma que a adoção de uma estratégia global que regule a publicidade de alimentos voltada para as crianças é mais eficaz que campanhas com um público alvo menor, como as realizadas nas escolas.
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